Académica 0 - Feirense 0
sexta-feira, 20 de julho de 2007
Último jogo do estágio que decorreu entre Cantanhede e a Tocha, frente a (mais) um adversário da Liga Vitalis, e com um saldo semelhante aos anteriores. Neste momento, é já possível fazer algumas comparações com o ano passado, sendo que me parece que é indiscutível que a Académica está melhor, nesta fase, do que há um ano atrás. O que não significa, naturalmente, que isso seja suficiente.
O sector defensivo está mais estável, a equipa sabe o que tem de fazer quando não tem a bola, concede poucos espaços no seu meio-campo e conta com a experiência e a qualidade quer dos guarda-redes quer dos elementos do sector recuado para conferir essa segurança à equipa. Os problemas começam, todavia, logo na 1a fase de construção de jogo, em que a equipa sente muitas dificuldades para efectuar a transição ofensiva, limitando-se, frequentemente, a fazer passes lateralizados ou para trás, sem conseguir dar volume de jogo e perturbar o esquema defensivo do adversário. Além disso, nota-se ainda um gritante falta de acuidade em termos ofensivos, já que a Briosa cria uma média de 1 ou 2 oportunidades de golo em 90 minutos, o que certamente preocupará Manuel Machado.
1a parte: Ricardo, Pedro Costa, Litos, Berger e Vinha; Paulo Sérgio, Nuno Piloto, Miguel Pedro; Lito, Hélder Barbosa e Vouhou.
De salientar, nesta 1a parte, para a confirmação de que Ricardo pode, de facto, vir a ser mais-valia, com uma grande defesa a um cabeceamento na sequência de um canto em que Berger falhou o tempo de salto. Este central austríaco, apesar desta falha, deu boas indicações, especialmente no capítulo do desarme. Pedro Costa ainda não está com o ritmo ideal e sentiu algumas dificuldades de cada vez que Gaúcho ou Jorge Leitão descaíam para o seu flanco, enquanto que na extrema oposta Vitor Vinha confirmou um momento de forma menos postivo, falhando vários passes e cruzamentos. No meio-campo, Nuno Piloto volta a ser o jogador mais utilizado por Manuel Machado na pré-época, à semelhança do que sucedeu a época passada, a que não é alheio o seu bom momento de forma, com capacidade de fazer pressão em zonas mais subidas do campo e várias recuperações de bola, assim como Paulo Sérgio, que se perfila como o principal candidato ao lugar. Helder Barbosa teve alguns pormenores, mas foi Lito o principal desequilibrador do jogo ofensivo da equipa, quer à direita quer à esquerda, numa partida em que se deve realçar a entrega de Vouhou, que correu muito os 90 minutos, e mostrou que pode ser uma alternativa válida para a frente de ataque, pressionando bem os defesas contrários, recebendo bem a bola de costas para a baliza, com bom toque de bola. A rever.
2a parte: Pedro Roma, Sarmento, Kaká, Orlando e Lira; Pavlovic, Nuno Piloto, Licá, Helder Barbosa (Gyanó), Lito (Fofana) e Vouhou.
Realce, pela negativa, para o jogo menos conseguido de Sarmento, com perdas de bola absolutamente infantis em zonas proibitivas e para as boas indicações dadas por Lira, numa altura em que se fala insistentemente do reforço do lado esquerdo da defesa (parece-me bem mais urgente o reforço do lado direito, mas Lira não terá convencido Manuel Machado). Orlando em bom plano, enquanto que Kaka continua a revelar alguns problemas de posicionamento, compensadas com a sua velocidade e ... jogo faltoso (trata-se de um jogador com mercado que a sair, conforme se veiculou, não me parece uma perda irreparável para a equipa, que tem soluções mais que suficientes para a colmatar). Pavlovic melhor no meio-campo, foi pecando no passe, Licá com as dificuldades e limitações que já lhe apontámos, apesar de ter desenhado um bom lance ofensivo. Quanto a Fofana, esteve 25 minutos em campo e foi o mais castigado com faltas:fortíssimo no 1x1, bom drible, com grande capacidade nas mudanças de velocidade, faz lembrar fisionomicamente Russel Latapy, mas sem a capacidade de pensar e pautar o jogo da equipa como fazia (e ainda faz) o internacional de Trinidad e Tobago.
As duas boas notícias de ontem, tiveram a ver com a chegada de Tiero e com a confirmação da contratação de Joeano, que será imprescindível nesta equipa.
A Briosa, neste momento da época, sabe o que tem de fazer no sem meio-campo. Falta a outra metade, que certamente virá com o resto da pré-época e com a chegada dos elementos importantes que faltam.
Autor: Nuno Oliveira » COMENTE: |
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on sexta-feira, 20 de julho de 2007 at 14:15.