Os filhos mal-amados
segunda-feira, 12 de março de 2007
Bizarro. Na falta de melhor adjectivo utilize-se este, bizarro.
Um pai normal acaricia os filhos, corrige-lhe os pequenos tropeções, felicita-o pelos seus sucessos e estimula-o a ultrapassar as suas limitações. Não é difícil classificar um mau pai. Considere-se simplesmente o inverso do que anteriormente se expressou.
Os bons pais constroem famílias sólidas, criam laços estáveis e duradouros com os seus filhos e asseguram o crescimento de adultos equilibrados.
Existem jogadores que cresceram connosco, que incorporam em si próprios o que de melhor tem a Académica e que deveriam, seguramente, constituir motivo de orgulho. São os filhos da Académica.
Enquanto tal não estão, nem poderiam estar, ao abrigo da crítica ou isolados da apreciação. Contudo, entendo que a tolerância deve ser oferecida na justa medida do seu merecimento. Tal não acontece na Académica que vamos tendo.
Nunca a teve Paulo Adriano, como a não tem Vinha, Piloto ou Sarmento. Basta que toquem na bola para que se acenda o rastilho da crítica, largas vezes injusta e despropositada. É-lhes subtraída a tolerância que, enquanto jovens, estudantes e atletas crescidos na Académica, têm feito por merecer.
A tolerância que não é negada a outros, porventura menos merecedores, não encontra abrigo em grande parte dos adeptos(?) ou na equipa técnica. As oportunidades são escassas, oferecidas em jeito de benesse que urge não desaproveitar, levando a que os jovens actuem na fronteira da ansiedade incapacitante.
Jovens que, certamente por incompetência e/ou miopia dos seleccionadores, já tiveram a oportunidade de vestir a camisola da Selecção Nacional.
Não me reconheço numa Académica que não acaricia os seus. Basta de filhos mal-amados.
Autor: Rogério Puga Leal » COMENTE: |
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on segunda-feira, 12 de março de 2007 at 20:40.