Estabilidade precisa-se
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Um compromisso familiar impediu-me de estar presente no jogo desta tarde contra a União de Leiria, por isso não vou falar sobre o que não vi. No entanto, não deixei de estar atento ao que ia saindo sobre o encontro, em especial as declarações de Manuel Machado no final do jogo.
A verdade é que não posso concordar mais com o técnico da Académica. Nas últimas semanas fala-se de tudo na Briosa menos no que se passa dentro de campo. Comentam-se todos os assuntos e mais alguns, e parece que toda a gente se esquece que se está a jogar a ponta final de uma temporada, em que ainda estamos longe da tranquilidade. Como sócio e adepto, já não posso ouvir falar do carro do Dame N'Doye, dos 30 ou 40 candidatos virtuais à presidência do clube, dos Rogérios e dos Daútos, de tudo isto. Quero sim, saber como está a equipa animicamente, quero saber quem pode e não pode jogar na próxima semana, e quero que esta equipa some pontos para alcançar uma posição melhor na tabela. Não é em Março que se pergunta a um treinador ou a um jogador se fica ou sai, é em Maio ou Junho, com a época terminada.
Esta instabilidade parece ficar a dever-se a uma época onde se levantou muito a fasquia. Colocou-se desde cedo um peso enorme nos ombros de Manuel Machado, ele que vinha de duas qualificações seguidas para as competições europeias. No entanto, desde início houve uma situação que me deixou apreensivo: não consigo perceber como não é o treinador a fazer a equipa. Afinal de contas, ele é que é o responsável técnico, ele é que sabe que jogadores precisa e quais os jogadores. Mas, pelo que percebi nos discursos de treinador e presidente, actualmente na Académica quem manda é a direcção, o técnico só diz quais são as posições deficitárias e depois logo se vê. Corrijam-me se estiver enganado, mas é isto que tenho percebido do que tenho acompanhado desde início de época.
E a verdade é que, quer queiramos quer não, temos um plantel desequilibrado e com graves carências. A defesa é fraca e sobrevive graças a lampejos de boa forma de Litos; o meio campo vive das explosões de Filipe Teixeira e de tardes mais inspiradas de Roberto Brum (que não têm sido muitas esta época); o ataque desespera por um momento de génio de Dame N'Doye ou Cláudio Pitbull, isto enquanto Joeano ainda está longe da boa forma.
Em suma: com o plantel que temos é difícil fazer melhor, e os crescentes rumores sobre renovações/não renovações, candidatos/não candidatos e a continuidade ou não do treinador não ajudam a Académica a estabilizar e a dar-nos a ponta final de época que todos queremos. No dia 21 de Maio, dia seguinte ao final da Liga, ter-me-ão a discutir jogadores, treinadores ou presidentes. Até lá, só quero saber dos sete jogos que nos faltam.
Saudações académicas.
Autor: João Campos » COMENTE: |
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on segunda-feira, 2 de abril de 2007 at 00:36.